sábado, 28 de fevereiro de 2009

não há lugar ao sol.

Às vezes o vento pára e fica esse tempo cinza e ele me definha pouco a pouco. Fica essa coisa opaca e sem forma. Parece tempo demais até a próxima chuva. Vontade de ficar transparente.
Ninguém vê e sente, afinal ninguém toca.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

tanto quero.

mar, mato, qualquer lugar... pés de barro, pés no barro... qualquer lugar longe do concreto, duro e fétido, que insistem em me dar pra pisar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

escritos loucamente em uma noite de segunda-feira:

"Eu percebi que prefiro morrer do que esperar para viver alguma coisa. Afinal, a vida acontece."
Quando a clarice me 'disse' que escrevia com urgência, fez sentido. Até onde o sentido das palavras vão a gente não sabe... mas elas são sempre cheias de pequenas verdades, no meio de algumas inventadas. Afinal às vezes elas querem meramente alimentar egos... Prefiro elas jogadas.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

luz.

Eu te descreveria como aquela janela quase um tanto fechada e o seu sorriso quando você me olhou em um certo instante e eu gravei. Eu te descreveria como o tempo que passou devagar e foi mutualmente cheio. Eu te descreveria com sons e cores e uns jeitos, que agora eu conheço e são só teus. Eu te descreveria como alguém que surgiu assim e me fez respirar leve... passar horas leves, conversas leves. Meu desenho borrado de luz.

marcas de guerra.

Esse nome nunca foi tão perfeito, grito rock. Saímos dessa longa incubação e gritamos. Gritamos agora não mais só para nossos estômagos. Jogamos toda a comida azeda do mundo não mais à beira de um penhasco, mas sim diante de uma multidão. E começamos...

Marcas de guerra, e o que você tem a dizer?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

e agora.

socorro, não me deixa me perder denovo. caminho sinuoso e torto, cheio de esconderijos, que não me deixam ver a luz. afinal isso tá na minha frente, ou é a mente.
pediu pela primeira vez que alguém guiasse a corda, porque perder-se dela seria muito doloroso.
abriu as portas e teve vontade de se esconder.

esse caminho todo escuro e de mistério é pra luz, ou para tornar o buraco mais fundo?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

uma tal cumplicidade.

Desci e o silêncio me acompanhou. Por boa parte do tempo, por todas as janelas e as paisagens bonitas e as caminhadas e os pensamentos que a cidade caos me traz a mente. O silêncio nos lábios e a cabeça a mil. Caminhando naquele vento, naquele tormento calmo, naquele som de violino, fazendo tudo de sementes, alguns sentados e eu ali circulando. Pela primeira vez pareceu que a cidade caos plantou as imagens na minha frente, que me trouxeram a calmaria que permaneceu na minha mente e preparou-me para a próxima ação. Tudo parecendo tão leve e tão repleto, tudo que alimenta o que agora eu sou, até o próximo instante. Porque tudo é sempre essa coisa mutante de vida. E cheio de cúmplices, uma tal sintonia fina que pode surgir ou reexistir assim. Algumas pessoas são um pouco certezas de vida. Explodem em cores, muitas vezes nas mesmas, e são tanto uma coisa maior, que me deixa tranquila. Ou são um pouco essa coisa pequena e perplexa diante de uma imensidão jogada à nossa frente. Talvez seja esse duelo, o único que poderia ser positivo, em que a gente explode e o mundo quer explodir à mesma altura. E a gente fica oscilando, e ele oscila também, e no fim, fica uma tal coisa bonita, mesmo diante de todo o caos.

Sobre as cores, o caos, as nuvens cheias, o vento, o céu imenso e as sintonias finas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

pulsa, pulso, pulse, pulsando, pulsão de vida.

ô palavrinha... pode dizer qualquer coisa e ao mesmo tempo pode ser só movimento... sem descrição alguma... só pulsando. e diz tanto...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

estranhezas.

Chegando ao próximo ponto de mutação.

Quando você percebe que o que foi já não é o que é, e enfim tem um ponto em algum lugar aqui.
Tempo louco, ano louco, pessoas loucas. Todos virados de cabeça pra baixo em uma bola gigante que não pára de girar. Tenho medo dessa febre, ela começa a subir tão rapidamente que daqui a pouco já me perdi. É um tanto triste quando a gente começa a não ligar mais para as distâncias. Uma turbulência e eu nem sei mais onde quero me segurar. Dizem que passa, mas quando passar, nem sei mais em que lugar vou estar.

o vento tá batendo forte hoje.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Saramago, como Caio F., diz tudo às vezes:

"As palavras feitas são assim, não tem sensibilidade para as mil sutilezas do sentido".

Nem na uniso a gente escapa.

- Eeeeeeeeeeeeei, mocinha, você é a mocinha da pedagógica! é é é é é!
- Encomenda aquele livro pra mim, não consegui achar em nenhum lugar!

Nem na fila da cantina da facul a gente escapa.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

lá vem o vento novamente...

Corredor escuro e frio e um texto fixado na parede. Passei tantas vezes naquele corredor e nunca parei para ler. E não dava pra ler em momento mais exato. Depois das conversas de janeiro, aquilo me fez muito sentido. Deu vontade de procurar aquele texto no site que indicava, mas daí parei e me lembrei, afinal ele falava exatamente em não se preocupar com registros. Senão a gente fica vivendo as coisas depois delas acontecerem e não no momento em que acontecem. Preocupação com arrancar pedacinhos dos lugares ou fotográfa-los, em vez de estar dentro. Prefiro fazer transparências à registros.
coração meio calmo e meio em brasa.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

corações velados.

Te vi por inteiro, te senti por inteiro, mesmo desse jeito meio perdida de mim, e aí que eu vi o desespero, sinto-te sem uma harmonia selada. Sem que o corpo se entregue à ti e com a alma um tanto velada, um tanto entregue. Qualquer lugar é nosso e qualquer lugar é lugar nenhum. Enfim temos pés aqui e nos outros cantos, peça-me para cair e eu te levanto. O que eu quero é esses pedaços entregues. As peças a gente forma sempre.