segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tudo fica tão marcado na pele. Meu coração tem pele fina e é por isso que eu toco as coisas com tanto cuidado.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

o que me prende na terra é o estômago.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

blue monday.

Meus amores são azuis. Turbulentos e calmos como o mar... imensos como só ele também... água como o elemento que corre pela minha pele, que aguça meus ouvidos, que é tão sinestésico, que faz meus olhos e ouvidos atentos. Eu guardo no tempo, pra sempre, alguns pedacinhos desses mares, dos instantes mais preciosos, que poderiam ser tão óbvios, mas eu funciono de alguma forma fluída e sem sentido aparente, então, são alguns pedaços únicos e que só fazem sentido pra mim. Eu poderia descrever o que é o amor pelo estímulo que certas coisas me causam... uma voz, selvagem e rouca e tão de menino enquanto gemia de prazer... um abraço em uma esquina amarelada, em que corpos eram vento e vento era só cor... um sorriso que lembrará pra sempre brilho eterno de uma mente sem lembranças... mais do que qualquer outra coisa é dessas lembranças que se alimenta o meu amor. Eu sei do meu amor quando me toca qualquer instante desse... sei do meu instante-já pela sensação que me causa. Eu amo, como numa tela impressionista, pela mistura das cores, embaçadas e fluídas, que se entrelaçam em harmonia diante do nosso olhar, que se juntam, de alguma forma não nítida, que impressiona e toca. Como o vermelho que sangra da floresta de Portinari. Eu sei que eu amo pela vibração da minha pele enquanto eu leio cada linha tua escrita à pele e coração, vestidas de um olhar dedicado à ver e reparar em alguém que o mundo esqueceu.

Meus amores são como a sensação calma que uma música pode provocar nessa noite silenciosa penetrando e saindo do meu corpo a cada instante...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

é...

Depois de um desânimo carregado meses à fio, da minha desistência e entrega à melancolia, algo conseguiu perfurar as minhas entranhas secas e fazer o sangue circular quente novamente. É tanta vida aqui dentro circulando, que tudo se confunde e o tempo volta a tatear a minha pele, e sinto na boca do estômago e enfrento com os olhos úmidos esse nove de setembro.

Até que eu me deparo com você, de sobrancelhas baixas, boca um pouco aberta e o coração no olhar. E eu sei que é ali que mora o que eu preciso dizer.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

além do que se vê.

Todo mundo é um barato quando se vive na superfície e distante. A estrada me diz muito mais sobre os laços do que vivências passageiras. Não me importa conhecer o mundo e retornar a mesma.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Em meio a tantas tentativas de descrição, imagens cinematográficas e livros, eu aprendi mesmo o que é saudade nos olhos de papai.

domingo, 5 de setembro de 2010

E enfim, tudo volta lentamente a pulsar...

Eu nadei tanto e tanto, e mesmo com tanto cansaço, e ainda no meio do percurso, notei que algo florescia nos meus olhos, singelo e forte. E de repente, comecei a colocar cores no mundo, só pra agradar os meus olhos sedentos de vida e cheios de saudade.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

tempo.

Eu me lembro, eu tenho essa imagem na mente, eu lembro que há meses atrás eu era melhor. Eu não estava tão cansada, eu não tinha desistido de lutar por algumas coisas que eram tão importantes, eu não tinha esquecido como faz para contar à uma pessoa como você gosta dela, eu aproveitava tanto os meus dias de um jeito que eu não lembro mais, eu queria conquistar as ruas todas aos sábados e domingos, eu escrevia coisas sensíveis e tatéis aqui.

E agora tem essa nuvem embaçada na minha frente. E eu não lembro de nada, e não posso mais tentar lembrar, porque tem tanta coisa na frente dos meus olhos que eu preciso enxergar antes.

Eu só quero colocar os pés na areia e passar uma tarde inteira ouvindo o som infinito do mar...