segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Incontestável.

Tem dias que ou a gente acorda com saudade ou a saudade acorda com a gente.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

de peito aberto e pulmões rosados.

A vida acontece entre eu pulsando correndo ao lado da linha do trem na noite intensa de corpos ao vento, ao som da música, com a água toda nos invadindo, e eu sentada naquela varanda, sentindo o som do rio, aquele som tão forte, tão bonito, e as plantas todas ao redor, e eu tateando o aroma bonito que a natureza traz e invade aquela casa.
Minha alma fica imersa em chuva nessas noites amarelas e tardes azuis. Sinto os cabelos molhados, o cheiro da terra, a flor brotando no asfalto. E meu coração escorrendo, tentando passar pelos bueiros, meus pulmões cheios de flores, tantas e tantas flores. Eu quase posso ver as cores de tanto que sinto elas aqui dentro. Dessa imensidão meu corpo é apenas extensão. Se faz frio ou calor, é porque há um peito aberto, invadindo e pulsando na boca, nos olhos, quase pulando de mim, enfim.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

20 de setembro.

Dia 02 de novembro, aniversário da mulher que nasceu em dia de luto e é mais luz do que qualquer outra. Dia 09 de dezembro, aniversário da sagitariana que me acompanha todo dia. Dia 19 de julho, aniversário da menina que me traz saudades da companhia de todo dia. Dia 18 de janeiro, aniversário da pessoa que me fez seus olhos. Dia 13 de dezembro, aniversário da minha doce terceira pessoa. Dia 09 de novembro, aniversário do primo escorpiano mais peste do mundo. Dia 03 de dezembro, aniversário do primo sagitariano mais doce do mundo. Dia 12 de novembro, meu dia. Dia do menino que é minha continuação, sempre o ano a nos separar, as escolhas da vida a nos juntar. Dia do outro menino que atravessou quilômetros e me trouxe a graça da vida paulista novamente há anos que parecem tantos e são poucos. Dia 12 de dezembro. O dia da festa de aniversário junto com a irmã. O dia da praça com chuva e garganta engasgada, e as palavras que precisavam tanto de um caminho e se prenderam ao corpo e para onde foram, nunca mais foi mencionado. Dia 12, sempre dia 12, sempre ano ímpar. Dá até medo de quando chegar o ano de 2012. Dia 30 de novembro, noite de Pearl Jam. Dia 21 de abril, noite de Placebo.

Eu lembro de tantas datas. Só não me lembro desse dia. E ele me lembra dele todos os anos, apesar de se mudarem os estados, as cidades, as casas, apesar de uma nova cor na parede, de um novo piso, de uma nova ordem nos porta-retratos, de uma vida toda nova. Ele sempre caminha à passos lentos do jardim até a sala. Com uma flor entre os dedos para se dizer que tem saudade.

sábado, 19 de setembro de 2009

os corações percorrem a madrugada sob sangue quente.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Esqueceu a torneira aberta e submergiu, subexistiu, sumiu?
Chegou ao terceiro livro e a terra
já estava vazia e vaga.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

- Me dá um brinquedo novo?
- E do último, já não gosta mais?
- Cansei!
- Mas é o terceiro brinquedo em tão poucos meses!
- Mas eu preciso de um novo sempre, o penúltimo carrinho perdeu a roda, o último trem perdeu-se dos trilhos. Eu sou pequeno demais, não posso consertá-los.
- E o que você faz daí?
- Sonho com um brinquedo novo.
- E o que você vai fazer quando seu quarto estiver repleto de brinquedos quebrados?

domingo, 13 de setembro de 2009

Da carta iluminada e da flor cor de fogo.

"(...) Na vocação para a vida, está incluído o amor, inútil tentar disfarçar, amamos a vida. Lutamos por ela dentro e fora de nós mesmos. Principalmente fora, que é preciso um peito de ferro para enfrentar essa luta na qual entra não só o furor mas uma certa dose de cólera, furor e cólera. Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas. E tem muita ferida. (...) Sei que as borboletas andam raras, mas se sairmos de casa certos que vamos encontrar alguma... O importante é a intensidade de empenho nessa busca. (...) Quando a vocação para a vida começa a empalidecer e também nós, os delicados, os esvaídos. Aceitar o desafio da arte. Da loucura. Romper com a falsa harmonia, com o falso equílibrio e assim, depois da morte - ainda intensos - seremos um fantasminha claro de amor. (...)"

A Disciplina do Amor, Lygia Fagundes Telles

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

a água não passava pelo ralo, meu coração também não.