sexta-feira, 28 de abril de 2006

a dois.

Despidos de uma compaixão sutil
caminharam envoltos de desejo
e no caminho há um porém;

será que não consegues ver o interior
dilacerado por palavras não ditas
vivenciadas no refúgio criado em minha mente

és caminho sem volta e passos em vão
profundos lampejos que não levam à luz
a mais dolorosa das sensações

há de afirmar que o silêncio fere menos
mas somente impede a cicatrização veloz
talvez encontre as respostas nas madrugadas hostis
mas por enquanto as curvas na estrada
me impedem de prosseguir

no fervor dos desejos haveria brilho
dentro de teus olhos e tão distantes dos mesmos
conseguira me tornar o reflexo dos teus desejos
não mais que isso
teus olhos não conseguem ver o corpo dilacerado por dentro
estais nú diante de sentimentos anteriores
viris, tuas vísceras dilaceram o que estaria para nascer
então a luz se a apaga, o brilho se perde,
em um mar de sensações vazias
me encontro adentro de um anonimato cruel
o único, generalizado por ti.

arranha, corta, grita e silencia.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

entre os ventos.

assuma vida
entre os ventos que contrariam os dias nublados
entre as águas límpidas e frescas
a gravidade te impede de voar
mas não te impede de alcançar o céu

terça-feira, 18 de abril de 2006

fosco.

inspirações na viagem para São Paulo em março.

...

Lembro do choro da menina
Das luzes vermelhas ofuscadas pelos vidros lá fora
Do sono que não vem
A luz ofusca os sonhos
Até mesmo os sonhos mais bonitos
brotam da escuridão do nosso ver.

terça-feira, 11 de abril de 2006

inspirações

Não há de escrever sobre coisas bonitas durante o dia. A madrugada é quem traz os mistérios. No máximo o pôr do sol com seus pincéis pode revelar a linda mistura de cores no céu, antes que a noite caia sobre as mãos entrelaçadas e os cabelos esvoaçantes à beira do rio em um encontro de sentimentos comuns.
- Isso é especial, você consegue sentir? Meus dias são mais completos ao seu lado, seus abraços são a fonte de energia que as poucas horas de sono não me dão..
E continuaram a caminhar sobre as folhas caídas de outono...

retornando.

Tá bem. Criei tantos "vínculos" na internet (fotolog, orkut, multiply...) e estou deixando de manter um dos que mais valem a pena. Este blog e o flickr (onde estão as tão estimadas fotografias) são os mais importantes realmente, escrever e fotografar, algo que quero seguir por muito tempo.

Ela caminhava sobre o pôr-do-sol pensando por dentro de quais portas deveria prosseguir. Várias aberturas estavam à sua frente, mas a decisão precisava ser uma só. Se ao cerrar os olhos tinha a certeza do caminho que queria seguir, por outro, as imagens das impossibilidades perseguiam seus pensamentos. Simples, fácil, rápido, não. Caminhos cheios de contornos, ah sempre esses.

As madrugadas, os sons suaves, as folhas se movimentando, as sombras sobre a areia ... lugar que durante o dia é povoado de sorrisos cativantes e inocência, daquela vontade de viver naquelas pequenas "mentes brilhantes". Na noite é vago, silencioso e confortante, faz bem por si só, mais uma vez ela se balança e sente a brisa pelos longos fios dos cabelos ... a mente está vazia, sem palavras, sem rodeios, bem por si só.