domingo, 23 de dezembro de 2007

Pisar com passos novos os antigos... e lhe persegue, e lhe persegue. Tente se libertar, e liberdade agora é o que? O inconsciente ainda comanda as mentes, e qualquer razão a gente tenta encontrar no coração... besteira talvez, ainda, gosta e se faz na metade ficção. Porque depois da metade do tempo, vira tudo em vão... qualquer cansaço de corpo, retoma-lhe a mente...

Quando às luzes ainda piscavam, e faziam dos olhos de janelas à portas, tão sensíveis à luz, vermelha, suave, de brisa ... leve..., do que não ilumina, mas sente, tão perto, tão rente, tão forte, que o corpo estremece, e mais nada, você sente... só estar, só estar, e não larga. Então tudo à sua volta se prende, e se solta. Os corpos, inexistem, somente a força do que sente... Em vão, gramados, esquinas, e portas... Prendeu-se, para fora ou dentro delas?


sábado, 24 de novembro de 2007

Dois buracos no telhado

Qual é o ponto de equilíbrio, se perguntava... em que linha fica... em que ponto se segura?
Passa o trem, passa o trem, vai perder! Se não é chegada a hora, vai perder, vai perder...
Circunda a mente, e pára ("vai perder"), e esse é o que não se pode perder assim, fácil.
Segue nos pés (na ponta, e como consegue?), discreta e com encanto, sobe nas pontas dos pés, e nem toca o chão. Faz tanto silêncio, que ninguém percebeu. Mas ninguém percebeu! Tontinha... ninguém percebe, ninguém ouviu. Soltou a palavra, e ela se perdeu. Era importante. Não menos que as que não saíram. Mas psiu, não conta. É segredo, entendeu, como elas. Como elas, perdidas, ambulantes, não páram, não páram.
Me ajuda, segura nas mãos, ou bate, bate e mande elas voltarem, e se reorganizarem. Perdidas! Onde já se viu... em tal situação, palavras perdidas dentro da mente. E quem deixou, e quem foi que deixou se juntarem assim. É fogo, tem vida própria.
Qualquer passo no chão tem vida própria, sabia? A gente nem vê. Eles vão, nos levam. O duro é quando vão e nos deixam ali, no mesmo lugar. E como se mover sem os pés, daí? Essa pergunta não deve ter resposta, ou senão... não teriam esses passos procurando-a pela praça.

E se perceber, o trem passa? O trem passa, se a gente percebe? Deixar o trem é perder? E ganhar é o que?
E como acaba, afinal?
Vejo tantos pontos, vejos tantos pontos, me deixa parar!
Estou perdendo, você não viu? Estou perdendo!
Ali, estou vendo, ali.
Diante de mim, o olhar, o rosto.
Me deixa, me deixa parar.
Eu corro, e espero um abraço.
E que ele vá percorrer a semana.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

tentativas...

Sento-me, como em outras muitas vezes, em que que tento parar para te descrever, o que sinto e o que se passa aqui, quando vejo estes dois vídeos, ou quando te olho, e vejo-me de encontro com um olhar tão doce e intenso. É tão difícil, coração... Isto é qualquer coisa, assim, inexplicável... E que nem necessita de explicação... Mas às vezes, eu custo em tentar. Só pra te falar. Essas necessidades de síntese...

Outro dia, continuo. Como na folha em branco...

domingo, 14 de outubro de 2007

convenções;

O tempo me consome,
enquanto ele diz ser apenas uma convenção
se for, quem sou eu então,
procurando o equilibrio, e perdendo-o,
a cada instante, que seria o mais preciso,
o que mais preciso;

enquanto ele tenta me puxar,
só me vejo afundar mais;
e isso tudo por não saber ser mais que
silêncio e doce;
doce-azedo à ponto de estragar;
que se entrega em versos,
que eu não aguento mais!
fui eu que fiz disso
uma convenção,
minha linha e ação;
procuro um salvador,
que não existe.
o salvador não é o tempo, não é o outro,
quem salva está mais perto,
está diante,
é o reflexo e o mesmo;
mas ainda não consigo
encontrar o ponto de quebra,
só encontro o ínicio do sentido,
e necessidade da volta,

quando te vejo de lado,
à ponto de estar de costas e andar,
sem o tempo, sem mim,
à seguir o que te faz acreditar,
ou talvez, o que te faz apenas seguir,

e que eu não consegui;
vencido o cansaço,
isso me persegue nos meus sonhos.
aquela história do traga um sonho bom pra mim,
deixe para lá,
eu quero mesmo, é
não precisar dele.
as revoluções, é que me fazem andar.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Relógio sem ponteiros;

Coerência para a minha mente significa tempo. Ela não funciona de forma lógica e exata. Funciona somente com o auxílio deste para organizá-la e sintetizar tudo o que se passa. As sínteses demoram, mas arrebatam... ou iluminam... de repente.
Vivo do tempo. Do tempo certo, de quando aconteço, do meu "instante-já". Relógio sem ponteiros. Não funciona quando me pedem, mas quando "aconteço". Com a lógica própria de não seguir uma lógica. Preciso do bem que não me peça tempo... mas para acontecer. E doce, de que precisa?

Eram tantos olhares, tantas expressões marcantes, que a vontade era arrancar-lhe os olhos. E como se arranca a sensação? Como se volta no tempo, como retornar o que se perdeu e o que não poderia se perder? Como se despedir, sem arrancar-lhe parte de si? Como domar o coração e o olhar, se eles tem vida própria dentro de mim.

...Corre coração, discorre, inebria.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Dez passos;

Dez passos para ser alguém feliz.
Moldes em cinco segundos, quarenta páginas, um título triunfante. As ocasionais mudanças de humor, as ocasionais vontades de fuga são mera ilusão. Segundo os passos, sorrir é o melhor remédio. Mais uma das ferramentas, humanas. Dez passos para ser alguém que você, definitivamente não é. Lembrarei de correr da próxima vez.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Por causa disto também.

Sentada, mais uma vez, na minha pausa e descanso na metade do dia, tentando me ambientar. De repente, surge na mesa, a primeira pauta, a minha e a deles, de certa forma. Mais uma teoria sobre o fim do mundo, desta vez, o mundo acabaria no ano de 2060. E mais uma vez, estou sentada na mesa para ser espectadora de mais uma daquelas conversas que começam sem destino e terminam sempre sem sentido.
Eles tratam a idéia de o mundo acabar como algo natural. Fazem o balanço do que precisariam para terminar a vida feliz. Começam a divagar sobre casas, carros, eletrodomésticos. E não seria qualquer um, queriam o melhor.
Pelo menos, nessas profeciais, nem eles acreditam. Mas então, começa aquele assunto, tema de tantas discussões, o aquecimento global. "Mas se ficar mais quente isso, eu nem quero viver até lá".
Até lá, ela vai vivendo, gastando, comprando, poluindo, colaborando com os processos de poluição, consequentemente com o aumento da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, sem ter a mínima consciência da existência destes, e afinal ela não entenderia. E claro, continuaria a ser um daqueles agentes humanos, os principais agentes para acelerar o processo.

O mundo vai ser de certa forma inerente ao processo. Destruído, ele se constrói, após fases de aquecimento e de gelo. Ele já nos provou isso. Pobre aqueles, que ainda colocam no mundo as consequências de suas ações e não conseguem ver que no final, os prejudicados são eles mesmos.

No final, divagam sobre as novas descobertas no espaço e sobre os planos do homem conquistar outro planeta como Marte. E porque não mudar para lá?
Penso na lógica. Um lugar novo, recursos novos, e lá vai ele continuando no mesmo processo acumulativo. Acumular cada vez mais riquezas.

O homem muda de lugar, mas não de consciência.

E assim, o mundo vai. Até quando, não sei.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Sobre as trilhas.

Hoje não aconteceu o encontro dos corpos.
A linha resolveu encontrar o infinito.
Tua voz muda.
Você, mudou-se.
Mas desta vez não era uma daquelas mudanças que ocorrem com o decorrer dos dias.
Era uma daquelas que acontecem no decorrer das vidas mesmo.
Depois de tantas trilhas, o trem pára.
Fica somente aquele gosto de saudade e um pedaço a menos em mim.
Cada estação tem seu próprio tempo.
O que importa fica dentro daqueles vagões.
E eles seguem.

Rumo incerto, tempo certo.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

nulo.

Atravessa a rua,
Une os dois lados da ponte,
Prende mais os laços,

..sem nem mesmo estar ali.

E por onde anda?
Essa fica sem resposta.


Prende-se, enrosca-se e perde-se nos laços.

e se ...


segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

viagem ao centro da terra-corpo-coração.

Líquido que escorre pelas veias,
terminadas com emendas de laços,
As cicatrizes das emendas se vão
(ficam os laços)

E os líquidos... já escorreram para fora das veias,
estão espalhados por todo o caminho
Escorrem um pouco pela curva
Seguem em frente pela rua escura
Luzes desfocadas, ventos cortantes,
É como uma viagem pela terra,
ou uma volta sob si.