sexta-feira, 30 de outubro de 2009

E comecei a pensar no tempo, no quanto pode se estar perto e se estar longe, no perigo que há deixar isso continuar assim. No quanto é preciso do perto-perto. E a ansiedade há de perseguir por mais alguns dias, enquanto a mente tenta alcançar algum significado nesse vai e vem todo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Me guiam ou me perdem.

Quantos passos para trás é preciso para dar um passo pra frente? Me digam, sonhos!

sábado, 24 de outubro de 2009

seus olhos tem a cor do mar, sempre tão abertos e pulsantes, infinitos, como a alma dela.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

As pessoas procuram amores de porta retrato, afetos de enfeite, colecionáveis, efêmeros para olhar e encontrar o que já se foi, o que se sentiu e o que se é.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Senti no peito aquela coisa crescendo, grande. É vida, não? Arrebata o corpo e escorre... nós e ele.

sábado, 17 de outubro de 2009

Sobre a minha janela.

De cores tão fortes sobre o peso da vida e da morte. Sinto-me mais fácil, sinto-me nuvem, sinto-me leve ou não me sinto. Ou só sinto, ou só vento, ou só me faço chuva. De modo simples e passageiro. De sangue quente em velocidade alternada. Sinto o peso das manhãs pela janela e ele me olha e me vê com esses olhos grandes e fortes. Olhos profundos e escuros que me dizem que fica ali a parte da escuridão, ali a parte que eu não ainda não vejo, não porque há uma barreira, mas é porque é uma parte que não se vê. É a parte que vem e a gente consome, mastiga, devolve, em formas escritas, desenhadas, sei lá como mais. Talvez seja uma necessidade gigante de se expressar, que já procuro além das palavras, com o toque dos dedos ou na leveza dos pincéis. Mas então continuo a olhá-lo sem medo, porque ele tem esse peso de vida e morte, que é tão bonito, que não há como fechar os olhos, de tanto que ele explode. Ele se abre todo e me diz que é assim que se vive, aberto. Coração pulsando fora do corpo, dentro do corpo, invadindo tudo e todos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Infância.

Ele era uma daquelas coisas bonitas que a gente pode ter sobre o colo e sentir a vida em nossas mãos. Portanto, seria sempre aquele ser pequeno, palpável, como a vida, que a gente quer poder sentir por inteiro. Sentir e descrever o tempo inteiro, como um desenho sobre a luz.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Por um triz da força, que se é luz.

Eu levantei com o coração apertado. E nem sei de onde me levantei, nem ao certo quando. Porque afinal eu já estava de pé, eu estava de pé, com o coração e o corpo pulsando leve denovo. Tão bonito, e os dias calmos, e a cidade toda calma, nesse reflexo de mim que ela sempre é. E meu coração aquecido pelas horas tão bonitas e pessoas tão bonitas por perto. Eu pensava que era aquele ciclo novo que estava a surgir por aqui, e que finalmente a gente vive, finalmente eu respiro leve aqui denovo. E no meio da coisa toda, meu coração me arrebata, e me vem essa nuvem, essa nuvem, me esconder os raios de sol. E me caem a mente os três beijos, tão doces, tão ternos, tão lentos... e os nossos dias todos, vem atrás. E eu me perco em imagens bonitas, em uma sensação tão bonita. Mas sempre se volta à esse branco, à essa nuvem toda. Eu não quero sentir a queda, eu não quero. Ou as companhias me salvam, ou tento me salvar primeiro.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Primavera de 2009.

E começa-se a contar os dias.
As cores ascendendo as nuvens espessas,
E o que se perdeu... eu já nem sei.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Eu sou mais forte do que eu.

Às vezes precisamos recriar as forças. Mesmo sendo às vezes fácil ou tão difícil. Como o fio da navalha sob a última camada de pele transparente. O coração é abrigo enquanto sangra, o sangue estancado em cicatrizes que multiplicam-se e o corpo às vezes é só vento.
E o vento é imenso. Somos parte de tudo como tudo é parte da gente. No ar que move a pele. No ar que forma a pele. No ar que se funde à pele, como uma coisa só.