sexta-feira, 19 de maio de 2006

Uma carta

À todas as esperanças atiradas ao vento. À carta nunca respondida e que talvez entregasse ao destino outro rumo. As imagens armazenadas na mente, de um olhar repleto de mágoa diante de um silêncio cortante à um sorriso meigo e sincero que talvez nunca existira, do brilho contido naquele olhar no convite para acompanhar de perto o luar. Talvez a janela de sua alma consiga ver além, mas no meio do caminho sempre se perde, desvia em uma curva e tenta de certa forma consertar as coisas, criando pontos inexistentes. Seu espelho interior é sempre maior, da forma em que os sentimentos e as mágoas refletem no sorriso, no brilho do dia, transformam as cenas em preto e branco, acaba com os sons na noite, dilaceram o que por ali estaria a existir. Um pintor que se perdeu nos traços fortes, em uma tela que não tem fim. Pela noite, caminha e procura um novo rumo, as cores perdidas, com os olhos vendados e um vazio que, enfim, pede para sair à procura de um novo poente.

sábado, 6 de maio de 2006

como um passo de dança.

ela tentava se levantar
e só caia novamente em vão.
procurava um sonho novo
começar novamente
em um céu mais limpo
onde não haja nuvens
para impedir o voar.
que a imaginação possa fluir
sem atrapalhar os sentidos.
que o tom dos dias
seja claro e breve
os segundos mais completos
e os sorrisos mais sinceros.
você pode começar com
um passo de dança
aprenda a flutuar sobre os pés
que te levam a lugar nenhum
e te completam
em alguns minutos.
palavras simples jogadas ao vento
alcançam os melhores ouvintes
abrem corações
renovam as paixões ..