segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Peito de ferro.

As dezenas de pessoas ao redor, a música pulsando tão forte no corpo, envolvido em suor, no meio da fumaça e da luz que gira e ilumina as dezenas de rosto no mesmo movimento, no mesmo espaço, respirando o mesmo ar. O ar que me falta e que não é lá que eu vou conseguir encontrar.
Segurou a minha mão e me disse que não é lugar para sentir o aperto no peito. É o último lugar para se sentir aperto no mundo inteiro. Aperto a gente sente quando o peito dói uma dor seca e intensa depois de tanto que a vida escorreu pelo corpo, depois de ter vibrado tanto e ter girado tanto, aperto é dor de perda. É sentir diferente desse meio que só é meio porque está todo mundo no meio da roda e ninguém consegue ver o que acontece por fora. Ninguém enxerga as dores que escorrem pelo chão enquanto todos dançam.

"Na vocação para a vida, está incluído o amor, inútil tentar disfarçar, amamos a vida. Lutamos por ela dentro e fora de nós mesmos. Principalmente fora, que é preciso um peito de ferro para enfrentar essa luta na qual entra não só o furor mas uma certa dose de cólera, furor e coléra. Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas. E tem muita ferida."
(Lygia Fagundes Telles)

3 comentários:

cadeira vazia disse...

disseram.

cadeira vazia disse...

fui que disse, segurando a mão. heheheh

Anônimo disse...

Eu sempre exergo...
Lembro até hoje de um olhar triste e distante que vi e na hora que tocou Stones sumiu. Música deve ser mesmo o melhor remédio pra alma... ou não.