segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eu me seguro nas pontas dos dedos, mas continuo de pé.

Eu sei que o mar não vai curar. Eu sei que as noites agitadas, iluminadas e cheias de riso não vão curar. Eu sei que as ruas, as praças e vários outros lugares vão ser sempre cheios de marcas. Que alguns lugares podem carregar espinhos que ferem exatamente as cicatrizes mais profundas. Que os sonhos vão carregar as coisas pra perto de mim denovo, tudo que eu afasto da minha mente para não pensar, porque dói e faz um corte tão profundo, que nessas horas meu respiro é fraco e a minha garganta seca. Eu fico pensando naquela frase "não vai passar, mas vai melhorar" e eu sei que é sempre assim. A dor às vezes não precisa de chuva pra latejar tanto, ela só vem e dorme agarrada na gente e nem água pode fazer ela sumir. Mas eu sei que logo venta e ela poderá adormecer longe de mim.

3 comentários:

cláudia i, vetter disse...

seus escritos são tão puros, provenientes de uma zona aonde reside o silêncio como maior forma de justificar a intensidade que realça essa paz - não necessariamente a de estar tranquilo, mas a de estar estendido perante os cacos, os restos, como a parte digna e frágil para ser a força conseguinte de nós.

é nessas fendas que se enxerga o teu infinito entrando em expansão...

;*****

Rodrigo Oliveira disse...

Valeu, Tati. Fico bem feliz. Tenho trabalhado neles, mas falta ainda uma boa leva a ser feita. Gostei dos teus 365 sóis. Bom se fosse apenas isso, né? 365 sóis. Ao menos, de todas as nossas medidas, é uma das poucas que é de verdade. E que talvez valha mesmo alguma coisa.

.ana disse...

tati, às vezes acho que tu escreve pra mim! hahahahha
[sério, isso me diz muita coisa].
o.0


beijos!