domingo, 7 de fevereiro de 2010

seco.

Nossa condição de sair batida entre as pedras, com as rachaduras costuradas à dente. Não há sangue pra molhar as feridas hoje. Meu coração bate como um movimento contínuo do qual não consegue se desligar, não há sangue, não há água, não há o que circule no peito. Além de uma ferida que insiste em aumentar. E o corpo amortecido insiste em penar no vazio. Seria demais pedir pulsos rasgados pra alimentar essa alma calada. Eu já quero me alimentar de mim só pra não te deixar com os olhos secos de tão profundo que eles sempre alcançam. Teus olhos que avançam sobre o infinito e não quero tirá-los dessa imensidão azul que brilha em ti tão fundo. Se me perguntassem a cor dos teus olhos eu diria azuis ou aquele preto infinito de girassóis. Te prometo um abraço fundo ao término do latejar, quando o sangue já circulará, ao impossível de se estancar.

3 comentários:

cláudia i, vetter disse...

mas ainda há nossos medos e ousadias,
que vão assim,
e dedilham o mundo.

.ana disse...

algumas das tuas metáforas pegam exatamente onde tb me dói.
o.0



bjobjo!

Larissa disse...

Lindo...
aaa o vazio que tanto me acompanhou nos últimos dias.
Vc o descreveu perfeitamente.

adorei.
;*