sábado, 17 de outubro de 2009

Sobre a minha janela.

De cores tão fortes sobre o peso da vida e da morte. Sinto-me mais fácil, sinto-me nuvem, sinto-me leve ou não me sinto. Ou só sinto, ou só vento, ou só me faço chuva. De modo simples e passageiro. De sangue quente em velocidade alternada. Sinto o peso das manhãs pela janela e ele me olha e me vê com esses olhos grandes e fortes. Olhos profundos e escuros que me dizem que fica ali a parte da escuridão, ali a parte que eu não ainda não vejo, não porque há uma barreira, mas é porque é uma parte que não se vê. É a parte que vem e a gente consome, mastiga, devolve, em formas escritas, desenhadas, sei lá como mais. Talvez seja uma necessidade gigante de se expressar, que já procuro além das palavras, com o toque dos dedos ou na leveza dos pincéis. Mas então continuo a olhá-lo sem medo, porque ele tem esse peso de vida e morte, que é tão bonito, que não há como fechar os olhos, de tanto que ele explode. Ele se abre todo e me diz que é assim que se vive, aberto. Coração pulsando fora do corpo, dentro do corpo, invadindo tudo e todos.

2 comentários:

Cláudia I, Vetter disse...

e é de um intenso tão grande, que eu gostaria que se tornasse o imenso, por tudo.

é tua janela,
é tua luz da alma;
regressando ao teu íntimo -
claro e puro.

beijos, com amor.

Cláudia I, Vetter disse...
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