mães e suas redomas de vidro.

Eu nunca vi os olhos da morte. Ela me parece mais com alguém que vai comprar cigarros e nunca volta pra casa. Ela não tem gosto, cheiro ou tato.

O dia estranhou logo de manhã e assim continuará. O tempo corre lento no meu relógio, enquanto o mundo vive aos tropeços. Até que a escuridão cubra o dia... enfim, alguma coisa finita... ou não.

Passei a tarde, noite e manhã inteiras tentando me livrar da sujeira que estava impregnada neles. Porque as coisas fluem e se espalham pelo ar... e daí fica assim: eu respirando a agonia toda. Felizmente os acasos surgem e me trazem um pouco de luz. Mas ainda há resquícios que que precisam de tempo pra sair do corpo.

Perto do coração selvagem.

- O que vai acontecer comigo?
- Não sei - respondeu ele depois de um curto silêncio - talvez você seja feliz alguma vez, não compreendo, de uma felicidade que poucas pessoas invejarão. Nem sei se poderia chamar de felicidade. Talvez você não encontre mais ninguém que sinta como você, como...

C.L.

Me encontro, me perco, me reencontro, me perco... tudo isso em um movimento constante. O mundo me parece tão sujo e eu só consigo me encontrar quando estou alheia a tudo.

O que eu quero é esse tempo oco.
Não importa o que se possa perder por entrar tão fundo nisso.

No exato momento em que você para e repara, algo muda. Não no que você sente, mas no que começa a enxergar.